Thursday, April 21, 2016

Vamos embora! Que ninguém fique sentado!




O último artigo aqui publicado foi no dia 8 de Maio de 2013.
Isto não quer dizer que estamos parados! Uma vez a caminho, uma vez dito um "sim", Nossa Senhora já não nos deixa parar. Um dia a minha mãe Gena e mais 4 disseram "Sim" a Nossa Senhora e puseram-se a caminho. E foram "agarradas", como ela dizia!
A partir daí muitos mais de nós temos sido "agarrados" por Nossa Senhora. E, como uma onda, outros se vão juntando.
Nesse ano de 2013, já partimos sem a "Tia Gena"...
Nesse ano ficámos órfãos... mas não ficámos sozinhos nem ficámos de mãos vazias.

A "Tia Gena" gostava de dizer que tanto as coisas boas como também as coisas menos boas que acontecem na nossa vida, "não são para ficarmos sentados!"

E, por isso, continuamos, agora com duas mães no Céu. Esta continuação tem sido natural, serenamente e alegremente vivida por todos.

"Isto não é nosso, isto é de Nossa Senhora!"

É Ela que nos comanda, é Ela que nos empurra estrada fora, de Terço na mão, a "rezar até doer".
A rezar pelas famílias, pelos que não têm fé, pela conversão do Mundo e pela Paz, pelas vocações, pelos doentes, pelo Papa. A fazer o propósito de sermos obedientes, silenciosos, caridosos, humildes, alegres e pacientes.
Estas eram as intenções dos Pastorinhos. Estas são as virtudes de Nossa Senhora.
E, mais uma vez, estamos quase de partida!

Vamos embora! que ninguém fique sentado!









Wednesday, May 8, 2013

NUNCA SÃO DIAS IGUAIS AOS OUTROS

As saudades da Tia Gena não passam. 

Lá vai a Mico com a peregrinação ao colo, agarrada ao Espírito Santo, consolada pelo exemplo da mãe e apoiada por muitos amigos à sua volta, lá vai a Carlota que, sem se dar por isso, garante imensas coisas essenciais, lá vai o Padre Dário, as manas Ventura, o Sopas e tanta gente cheia de valor. 

Este ano não fui. Às vezes é assim.

Ontem estive em Vila Franca, fui com o Zé Tomaz, o Zé, a Olga, o Jean Marie, o Domingos e o António levar-lhes o jantar que a York House oferece.

Há anos que um amigo, Miguel, empresta ao Zé Tomaz uma carrinha de sete lugares para ele levar e trazer pessoas e coisas à peregrinação.

Quantos e quantos apoios escondidos, discretos, existem para o peregrino. Não é só este nosso grupo, é o peregrino português. Casas, famílias, lojas, cafés, bombeiros, Cruz Vermelha, Cruz de Malta, imensos anónimos... Para não falar no amor das pessoas que nos olham à beira do caminho, às vezes comovidas até às lágrimas.

É uma beleza. Uns partem a pé outros asseguram a viabilidade disso: dormidas, refeições, etc etc etc. Por trás, Nossa Senhora de Fátima. A criar condições para derramar a Graça de Deus nos corações. A simplificar-nos. A preparar-nos, a....

Embora haja quem refile porque não gosta do jantar, quem se queixe porque não consegue dormir bem e quem faça uma peregrinação sem aproveitar nada, este movimento - que em Portugal cresce cada vez mais - traz um bem que nos ultrapassa, acho que nunca saberemos avaliar.

Louvado seja Deus.

RSR
8 Maio 2013

Friday, March 22, 2013

Ontem antes de escrever o post anterior senti uma inquietação muito grande, não sabia, não tinha a certeza ou não queria saber. Era-me doloroso, enquanto rezava, passava-me na memória tantas palavras ditas e esta de " rezar até doer", imergia sempre.
Hoje dou Graças a Deus por esta alma que Ele colocou no meu caminho, dou Graças por tantas conversões que a nossa "dona da procissão" conseguiu para Deus Pai.
E que Festa que está acontecer no Paraíso e que também queremos estar presentes.
E estamos, porque acreditamos e rezamos.
Agora temos mais Uma a rezar por nós.

Thursday, March 21, 2013

" Rezar, rezar até doer"
A dor que se transforma em amor.A dor que é redentora.
A dor que N.Senhora sentiu a rezar ao pé da cruz.

Friday, March 18, 2011

CENTRO INACIANO DO LUMIAR

Conferências da Quaresma - Quintas-feiras – 21.15 horas

Auditório do Colégio São João de Brito

- Março 24“Oração: necessidade ou utopia?”

pelo P. Dário Pedroso, sj

- Março 31“Para que serve rezar?”

pelo P. Manuel Morujão, sj

- Abril 07“Rezar como Deus manda”

pelo P. Vasco Magalhães, sj

PALAVRA REZADA E VIVIDA

Quaresma é tempo propício a escutar a Palavra, a saborear, a comer, a meditar, ao menos a ler. Tempo favorável. Só a Palavra converte.

1º Palavra que é Pessoa. Já o soubemos: Jesus é a Palavra do Pai. A Palavra é uma Pessoa. Pessoa que nos diviniza, nos sacia, nos converte, nos alimenta, nos transforma, nos quer identificados com Ela, a Palavra que é o Verbo do Pai. O Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. É o Filho de Deus e o Filho da Virgem Maria. Palavra que é Vida divina, que fala em palavras humanas os mistérios do amor. Revela-nos o Pai, o Espírito, fala de Si mesmo. Revela o segredo misterioso da Igreja e dos sacramentos. Revela o Reino e com ele o caminho das bem-aventurança. Revela no amor pascal a síntese de toda a graça: amor eucarístico de Quinta-feira Santa, amor Crucificado de Sexta-Feira Santa, amor Alegre e Ressuscitado de Domingo de Páscoa. Esta Palavra que é uma Pessoa divina, foi até ao extremo do amor. Fez-Se Pão Vivo para ser nosso alimento. Morre para ser fonte de vida e de graça.

2º Este é Meu Filho escutai-O. É algo super importante ir ao Tabor, ao Monte da Transfiguração, e ouvir o Pai dizer-nos “Este é meu Filho, escutai-O”. O Pai quer que escutemos o Filho, que prestemos atenção à sua voz, aos seus ensinamentos, aos seus mandamentos. Escutar a Palavra, que é o Filho, é dom e graça. Escutar o Filho para entrar na comunhão com o Pai e com o Espírito, para entrar na comunhão trinitária. Escutar o Filho para sermos evangelizados por Ele que é a divina Palavra. O Pai não quer, não deseja outra coisa. Precisamos de nos abrir à Palavra, escutá-la, fazê-la vida da nossa vida. Só no silêncio interior a Palavra pode ser acolhida, mastigada, comida, saboreada, fazer-se vida em nós. Só no deserto se escuta bem a Palavra: deserto de coração para acolher e escutar o Filho bem-amado.

3º Rezar a Palavra. A palavra é para ser rezada e não só ouvida. Rezada significa, “ouvi-la de dentro” como ensina o Concílio Vaticano II. Escutá-la com o coração, saboreá-la internamente. É a arte da meditação do texto para que seja “comido”. O Anjo disse ao Profeta: “Toma o livro e come”. Comer o livro é saborear a Palavra e fazê-la vida em nós. Meditar, ir pensando que tem este texto a ver comigo, que me diz o Espírito através dele? Como vou colocar em prática no quotidiano o que está escrito, as interpelações? Que tem a minha vida de mudar para assumir este texto, este versículo, esta atitude de Jesus (exemplos concretos).

4º Qualidade do terreno. A parábola do Semeador em Lucas 8, é bem clara ao afirmar que a semente é a Palavra de Deus, mas que o terreno é o coração do homem. Há várias qualidades de terreno: a) duro, pisado, a semente cai e não germina. b) com rochas, a semente cai e começa a germinar mas não tem terra nem humidade e morre c) a semente cai entre os espinhos: cuidados, riquezas, prazeres da vida, e os espinhos sufocam-na. Mas há terreno nobre e virtuoso que acolhe a semente e dá muito fruto. Importa saber que terreno é o nosso coração. Que rochas há em nós, que espinhos…importa pedir coração nobre e virtuoso. Só assim acolhemos a Palavra e ela se faz vida em nós. Nossas vidas se vão transformando, cristificando, divinizando.

5º Evangelizar o nosso interior. O nosso ser está por evangelizar. Há uma evangelização “ad intra”, não basta “ad extra”…A nossa inteligência não pensa sempre e em tudo como Jesus…A Palavra vai evangelizando a inteligência para pensarmos como Jesus pensou…para assumir critérios evangélicos. Mas o nosso coração também não ama como Jesus, não ama sempre e a todos…o coração precisa de ser evangelizado. A nossa vontade não quer sempre o que Deus quer…só a Palavra pode evangelizar a nossa vontade, para querer como Jesus… O mesmo deve suceder à nossa afectividade, a nossa liberdade, a nossa língua e modo de falar, os nossos cinco sentidos, etc. Precisamos de ser evangelizados pela Palavra que nos converte e purifica, que muda a nossa vida e nos faz homens e mulheres evangélicos.

6º Construção sobre a rocha. Outro tema importante, outro ensinamento de Jesus, é a parábola da casa construída sobre a areia ou sobre a rocha. Quem não ouve a Palavra e não a põe em prática é casa construída sobre areia. Vem uma tempestade, um vendaval, vai a areia e cai a casa. Mas quem ouve a Palavra e a coloca em prática é casa construída sobre a rocha, que resiste às tempestades da vida. A Palavra é o rochedo firme sobre o qual construímos nossa vida. Pode suceder uma doença, a morte de um familiar, pode assaltar-nos uma tentação grave, pode bater-nos à porta uma calúnia ou algo mais difícil, que a casa não cai. Está sobre a rocha firme que é a Palavra de Deus. A vida é vivida de outra forma. Tudo se vive segundo a Palavra que é luz para nossos passos, luz que nos encaminha, luz que nos faz viver de um modo novo para sermos casa construída sobre a rocha. O rochedo é Cristo, é a Palavra do Pai.

Padre Dário Pedroso Sj