Se uma rapariga nos dissesse que durante o dia, porque tem muito que fazer, porque está muito ocupada, não tem tempo de pensar no namorado, nós rir-nos-íamos e achávamos que o amor dela era bem pequeno. Quando se ama não se pode deixar de pensar na pessoa amada.
Se uma mãe de família, porque tem muito trabalho, passasse o dia inteiro, ou toda a semana, sem pensar nos filhos e sem os ter presentes no coração, não diríamos que era aberrante tal atitude? O amor leva a pensar e a ter presente no coração a pessoa que se ama.
Quando nos morre uma pessoa que estimámos muito, a quem estávamos ligados por laços de grande amizade ou sobretudo por laços de sangue, durante muito tempo não nos sai da “mente” a sua pessoa, o tom da sua voz, etc., mesmo durante o nosso trabalho, as viagens para o emprego, no meio do barulho e agitação da vida.
Com certo género de oração deve ser o mesmo. Pensar em Deus durante o dia, elevar até Ele o coração, tê-Lo presente na amizade. Se não pensamos no Senhor é porque não O amamos, é porque Ele conta muito pouco na nossa vida, representa pouco na nossa existência quotidiana. Ao longo do dia, mesmo durante o trabalho, as viagens, etc., durante uns segundos, recolher-nos uns instantes, fechar os olhos por uns momentos e segredar-Lhe qualquer coisa no intimo do coração. É uma questão de hábito. É, sobretudo, um problema de amor.
Dário Pedroso sj
No comments:
Post a Comment