Thursday, August 14, 2008

Carta do Padre Dário



Caro José Pedro

Quando Deus Se dignou chamar-te para Ele, à sua divina presença, foi tudo tão rápido, tão surpreendente…Ficámos com tanta saudade tua… Não pude estar no teu funeral nem na Missa de 7º dia. Agora, que me convidaram com insistência para estar na nossa reunião do Estoril hoje, dia 13, para celebrar contigo e com os nossos queridos peregrinos, a tua festa já no Céu, com a Mãe, a Senhora de Fátima a quem tu tanto amavas, não posso, estou longe a dar um Retiro.

Mas afinal neste mês tu estiveste sempre muito presente em mim, na minha oração e no meu coração de amigo e irmão. Fiquei a saborear durante este mês, em que tu estás em Deus, no Céu, as grandes lições da tua vida. Tem-me feito muito bem.

Agradeço o teu amor a Jesus e a Maria, o teu modo sempre fogoso e fervoroso de rezar e cantares. A tua voz, a cantar o terço nas nossas peregrinações, ainda está nos meus ouvidos. Obrigado José Pedro

Obrigado também pelo teu grande coração. Tu parecias, com teu sorriso delicado e simpático, com o teu modo simples e humilde de te dares e de servires, seres só coração, ternura e bondade. Um coração grande onde cabíamos todos. Obrigado.

Obrigado também pelo modo simples e humilde, sem queixumes nem lamentações, como levavas a tua cruz, sobretudo a cruz da tua doença e da tua fragilidade. Às vezes eras heróico na humildade em aceitar tanta humilhação. Eras grande, muito grande. Os pequenos e os humildes, os que sofrem em silêncio com Jesus, são sempre muito grandes. E tu, Zé Pedro, na aceitação da tua limitação foste muito grande, um pequeno gigante.

Lembras-te José Pedro, de um dia, me chamares à parte, e com muita caridade e humildade de teres feito aquela correcção fraterna? Senti que era Deus, através da delicadeza da tua correcção, a corrigir-me, a mandar-me um recado do céu. Foste veículo, instrumento a sua Palavra e do seu Amor. Quanto te agradeço… Nem sabes o bem que me fizeste.

Unido a todos, neste trigésimo dia, unido sobretudo à Mãe neste dia 13, quero louvar a Deus por tudo o que tu foste no meio de nós. E quero pedir-te perdão, talvez porque muitos de nós, nem sempre percebermos o teu jeito evangélico de servir, de rezar e de amar. Passastes fazendo o bem, mas nós nem sempre nos demos conta disso. Foi essa, muitas vezes, a experiência dos santos.

Reza por nós. Mete-nos no Coração Imaculado de Maria.

Teu irmão. Dário

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