Wednesday, December 10, 2008

Querem-nos roubar o Natal...

Querem-nos roubar o Natal...
Bom-Dia, 20081209
Rui Corrêa d' Oliveira

Querem roubar-Te o Natal, Senhor.
Querem ficar com a festa,
mas não querem convidar o festejado.

Querem a árvore de Natal, mas esquecem a sua origem;
querem dar e receber presentes,
mas esquecem os que os Magos Te levaram a Belém;
querem cantos de Natal,
mas esquecem os que os Anjos Te cantaram naquela noite abençoada.
Até a São Nicolau o disfarçaram de “pai Natal”.

Querem as luzes e o feriado, o peru e as rabanadas;
Querem a Ceia de Natal
mas já não vão à Missa do Galo,
nem Te adoram feito Menino nas palhinhas do Presépio.

Quando se lembram estas coisas e o facto que lhes deu origem
diz-se que “o Natal é todos os dias”,
mas não se dispensa esta quadra de consumo e folguedos.

No meio de toda esta confusão deseja-se a paz e a fraternidade,
mas esquecem que só Tu lhes podes dar.

E a culpa de tudo isto ser assim… é também minha
que alinho nesta maneira pouco cristã de celebrar o teu nascimento.

Se desta vez eu der mais a quem tem menos
e comprar menos para quem já tem quase tudo…
se em vez de me cansar a correr de loja em loja
guardar esse tempo para parar diante de Ti…

Se neste Natal fores mesmo Tu a razão da minha festa…
as luzes e os cantos, o peru e as rabanadas, os presentes e a até o Pai Natal
me falarão de Ti e desse gesto infinito do Teu Amor
de teres vindo ao meu encontro nessa noite Santa do Teu Natal.

Tuesday, December 2, 2008

A Igreja tem uma "boa notícia": Deus dá-nos o seu tempo

Começamos hoje, com o primeiro domingo do Advento, um novo ano litúrgico. Este facto convida-nos a reflectir sobre a dimensão do tempo, que sempre exerce sobre nós um grande fascínio. Seguindo o exemplo daquilo que Jesus gostava de fazer, desejo começar com uma constatação muito concreta: todos dizemos "não tenho tempo", pois o ritmo da vida quotidiana tornou-se frenético para todos.

Também neste sentido a Igreja tem uma "boa notícia" para dar: Deus dá-nos o seu tempo. Nós temos sempre pouco tempo, especialmente para o Senhor, não sabemos ou não queremos encontrar esse tempo. Pois bem, Deus tem tempo para nós! Esta é a primeira coisa que o início de um ano litúrgico nos faz redescobrir com uma emoção sempre nova.

Sim, Deus dá-nos o seu tempo, pois entrou na história com a sua palavra e as suas obras de salvação para a abrir à eternidade, para convertê-la em história de aliança. Nesta perspectiva, o tempo já é em si mesmo um sinal fundamental do amor de Deus: um dom que o homem, tal como acontece com outras coisas, é capaz de valorizar ou, pelo contrário, de desperdiçar; de acolher o seu significado, ou de descuidar com superficialidade obtusa.

Ângelus no primeiro domingo do Advento
30 Novembro 2008 (ZENIT.org)