Thursday, July 12, 2007

Padre Duarte Guerra Pinto

Tive o privilégio de assistir a primeira Missa à que o “nosso” Duarte presidiu! Vê-lo avançar para o altar de paramentos verdes, com aquele sorriso iluminado que a gente conhece, foi uma emoção!
Passei a Missa toda em “paralelas” isto é, por um lado prestando atenção na Missa, e por outro tentando imaginar o que o Duarte estaria sentindo.Chegou a hora da homilia, e o Duarte tirou um papel com alguns apontamentos e por alí, como se estivesse olhando para um power point ecumenico, Duarte se guiava para nos transmitir a sua mensagem.O Evangelho narrava Jesus curando o mudo, sob o olhar crítico dos fariseus. Duarte nos falou de como o olhar do coração é o mais importante, pois é através da forma como sentimos que formamos uma opinião. Tem tanta razão! Quantas vezes temos o nosso coração predisposto à crítica, fugimos do essencial e nos tornamos juizes sem dó nem piedade de pessoas que são julgadas não pelo que fazem, mas sim pela nossa opinião subjectiva.Duarte falava pausado, nos olhando entre as palavras como se para ter a certeza de que elas estavam sendo absorvidas.
A Capela do Carmelo estava cheia. As irmãs cantavam felizes! Durante a consagração, imaginava como seria sentir a emoção de transformar o pão em corpo de Cristo pela primeira vez, ser o protagonista principal desse passe de mágica que Jesus nos deixou aqui na Terra.
Sem eu querer, meu pensamento viajava durante a Missa para o caminho de Fátima aonde eu ví pela primeira vez o Duarte. Lembro-me dêle sempre discreto e alegre, com o sorriso calmo e o olhar puro. Continuei a vê-lo sempre ligado a Nossa Senhora. E sempre igual, fazendo o seu caminho calmamente. Quando ele entrou para o seminário, eu lembro-me de o ter entrevistado. Encontrei a entrevista de Junho de 2001 e passo a transcrever a minha ultima pergunta e a sua maravilhosa resposta.
MC- Tem saudades do que fazia antes de entrar para o seminário?
DGP- Não. Sem dúvida, não. Não porque não gostasse do que fazia, mas porque os motivos que me fazem estar nessa procura são de tal modo fundamentais, que está em causa não só a minha vida, na medida em que eu possa ir de encontro a um chamamento de Deus, e porisso à verdadeira felicidade; mas igualmente a missão de salvação deste mundo. É este o sentido, de todo o instante vivido como sacrificio vivo agradável a Deus sintonizado na fonte e razão de todo o ser e existir. A fé em Cristo coloca-nos na procura não do que gostei de ter, de fazer ou de querer mas, em vivência com o Seu Amor e na escuta da Sua vontade em todas as ocasiões e com tudo o que temos, procurar com Maria, modelo e educadora, no dia a dia caminhar na fé na Santíssima Trindade e assim ir, como diz João Paulo II, para além do limiar da esperança.
Depois acrescentou:
“Um bem haja deste peregrino que vos tem a todos na oração, e que o Pai, Filho e Espírito Santo vos dê por Maria a verdadeira paz e alegria dos filhos de Deus”.
Duarte
No final da Missa, o Padre Duarte Guerra Pinto tímidamente nos convidou a beijar as suas mãos que tinham sido ungidas na véspera pelo Cardeal Patriarca, mas com aquela simplicidade que lhe é característica,
Disse: “ Vou dar a benção final, para aqueles que não quiserem ficar poderem se ir embora”. Como é evidente, ninguém arredou pé, e foi um momento muito emocionante beijar aquelas mãos abertas nos oferecendo o seu amor, a sua benção, a sua graça e a sua experiencia.
Saí da Missa elevada. Passei o dia pensando no caminho de vida do Duarte, da sensação maravilhosa que é ver uma alma pura transmitindo Deus tão graciosamente, sem se impor, mas penetrando no mais profundo das nossas almas. Perante uma trajectória como a do Duarte, ficamos mesmo convencidos que o exemplo é o maior veículo de transmissão de fé que existe no mundo. O Duarte só precisa estar e consegue nos revelar a graça que é estar perto de Deus.
Que Deus o abençoe e que Nossa Senhora continue o levando pela mão nesse lindo caminho de fé que ele tem traçado.
MC

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