Friday, May 22, 2009

Meditação - Missa Azambuja

Do fundo do meu coração, quero servir-Te

Do fundo do meu coração, quero seguir-Te

Do fundo do meu coração, quero contemplar-Te

Do fundo do meu coração, quero chegar-Te.

Por isso Te peço que me libertes das amarras do medo,


Do medo de me expor, de me dar, de me comprometer.

Ilumina o meu espirito,

Para que consiga encontrar o meu lugar,

Ilumina o meu coração,

Para aqueles que estão aqui ao meu lado, eu consiga amar.

Sustenta os meus projectos para que consiga servir-Te.

Aposta nas minhas ambições para que eu consiga seguir-Te.

Ajuda-me a perceber por que estou aqui,

Para que consiga contemplar-Te.

E que eu me deixe seduzir pela Tua grandeza

Para que possa chegar-Te.

Ao longo deste caminho

Senhor ajuda-me a descobrir o que sou, o que quero ser.

Transforma-me e torna-Te visível aos outros através de mim.

E se eu falhar Senhor, faz com que eu veja,

Faz com que os outros me ajudem a ver,

Para que eu possa recomeçar.

E se eu fraquejar, senhor, se me faltarem as forças, se eu chorar,

Olha por mim com a Tua suavidade, a Tua subtileza,

Porque sei que o Teu olhar tudo renova

E no final, Senhor, que a obrigação se transforme em devoção!

E aí não serei eu e Tu a caminhar…

Seremos um, Seremos Nós!

Foto - Carolina Bravo

Wednesday, May 20, 2009

Passo a passo para Maria peregrinei a Fátima e com Maria atravessei o Tejo....


A calma, serenidade e paz, muita paz, continuam dentro de mim, após a semana que vivemos para Maria e com Maria e que este ano, inexplicavelmente, parece perdurar. O mundo real estava à minha espera, à espera de todos nós, mas Maria continua ao meu lado, minha amiga, a dar-me a mão, a dar sentido ao meu dia a dia, a desassossegar-me para caminhar a seu lado, a beliscar-me se me distraio, a cantar-me no silêncio para que a oiça e a pedir oração, mais oração. E é tão simples o seu falar, e parece que só agora a compreendi. E é esta maravilha que me fez crescer este ano, crescer para Maria e poder falar d’Ela com os que estão à minha volta. E este ano algo de novo aconteceu no meu mundo do trabalho: tive uma chamada do meu CoE (durante a caminhada) à qual não respondi e quando a devolvi pediu-me mil desculpas pela interrupção das férias pois não se lembrou do propósito das mesmas (é Dinamarquês, agnóstico, está há 1 ano em Portugal e o ano passado tive alguma dificuldade que aprovasse a minha ausência em Maio). Ainda hoje me perguntam “como foi tudo” e descobri pessoas maravilhosas com um respeito enorme pela Mãe e com quem passei a ter outro “tipo de conversas”….

Já reflecti bastante sobre esta “onda de paz” que vivo e sinto e penso que tem a ver com a minha preparação pessoal e com a crescente preparação da nossa “família do Estoril” que, se calhar sem me aperceber, foi-nos conduzindo ao longo do ano. Como disse o Padre António, cada peregrinação é A Peregrinação, e esta frase bateu forte cá dentro e foi mesmo assim!

Foi após a nossa reunião de “debriefing” no dia 13, em Fátima, que fui desafiada para acompanhar a Senhora na sua travessia no Tejo. Tinha acabado de me despedir d’Ela, depois da oração dos Servitas quando realizei que não era um Adeus mas sim um Até já…

E foram tantas as graças que recebi durante a nossa caminhada que receber mais este presente do céu encheu-me de uma enorme alegria.

Tinha visitas em casa nesse fim-de-semana, um casal de alemães, que vinham “turistar” e matar saudades de Portugal após muitos anos de ausência. Mesmo assim, fui “fazendo a cabeça deles” para o momento único que poderiam viver.

A partida da marina de Oeiras já foi cheia de emoção: o meu primo Carlos Ramos (avô da Marta que está a precisar do transplante de medula óssea…), eu e o Nuno, a minha mãe, a Mónica e o casal de alemães. Ao nosso lado também iam 2 barcos de amigos que conseguimos desafiar pois pouca gente sabia desta iniciativa.

Ao chegarmos perto da ribeira das naus avistamos a Sagres, toda engalanada com os marinheiros em posição de “às armas” em todos os mastros! E à espera da imagem estavam cerca de 150 barcos (nosso cálculo!)! Barquinhos de pescadores, barcos médios, 2 barcos a remos das escolas náuticas, cacilheiros cheios de gente, salva-vidas, etc…. Havia um yate que levava a cruz de Cristo içada e alguns barcos ouvia-se o terço cantado….até ouvi o Aleluia da Joana que vinha de um veleiro ao nosso lado! A espera foi difícil porque todos queríamos estar o mais perto possível do navio de guerra que A transportou e a polícia marítima esteve sempre a controlar o rumo dos barcos.

Assim que a imagem entrou no barco oficial e vimos que ia ficar no exterior com uma protecção de vidro foi espontâneo o buzinar de todos e o aceno com lenços brancos! O casal de alemães acenava com emoção e alegria, afinal era a Senhora de Fátima que ali estava a olhar também por eles….A romaria a Almada fez-se em silêncio e todos os barcos muito juntos a seguir a esteira da Senhora. Quando passámos pela Sagres houve uma paragem para as 10 salvas dos canhões….foi arrepiante! A chegada a Almada foi inexplicável! O porto e todas as ruas circundantes estavam repletas de pessoas que A queriam ver..não havia um espaço vazio pelas ruas íngremes. O andor em terra já estava pronto para A receber e os marujos fizeram o transporte do barco para terra.

A popa do barco que A transportou estava linda, os arranjos florais eram muito bonitos!

Fizemos o rio de volta ao pôr-do-sol, com o céu muito encoberto e o sol a espreitar pelas nuvens pretas! A Senhora tinha ficado em bom porto mas continuava connosco….até sempre!

Um forte e grande obrigada a TODOS!

Teresesa Mendes Ferreira


Tuesday, May 19, 2009

Fátima 2009 por Francisco Porto Ribeiro


Fátima 2009


Feito o balanço da caminhada deste ano, o que eu sinto e como posso traduzir, reduz-se a poucas palavras: quero mais.

Regressei na noite do dia 12, com muita pena minha e contra a minha vontade, mas teve que ser, por “razões de força maior”. Mas serviu-me para aprender que não mais irei ceder nos próximos anos, enquanto não me esquecer deste sentimento amargo e vazio que fica no peito pois hoje, vido com a sensação de “tarefa não cumprida” – tão perto e, ao fim e ao cabo, tão longe.

Por mim, teria ficado. Eu queria mesmo era ter ficado e permanecer junto dessa enorme “família” com quem peregrinei até Fátima. Resignado, só posso dizer que foi bom, foi muito bom o que se vivenciou neste percurso. Mais porque este ano, em particular, quando contava as pessoas no percurso, apercebia-me que o grupo estava mais unido, mais tranquilo, menos disperso e menos alvoraçado. Este ano, talvez um pouco motivado pela minha sensibilidade no momento, senti, verdadeiramente, que caminhava para Maria. É um pouco como se, finalmente, tivesse encontrado o meu sentido, a minha orientação. Não é que não tivesse sentido de igual forma em anos anteriores mas este ano, o apelo foi forte e apercebia-me disso quando me sentia bem acordar e saber que continuava a caminhar para Fátima.

Neste momento, escrevo no meu local de trabalho, na hora do almoço, mas o estranho é que ainda me sinto no “caminho”, eu ainda me encontro a caminhar para Maria. Não sei para onde irei, não sei por onde irei ou mesmo, não sei se algum dia lá chegarei mas de uma coisa posso garantir, enquanto tiver pernas e puder, continuarei a caminhar para Maria. Como a tia Gena diz sempre, entrego-me em Maria e seja o que Deus quiser.

Ainda a respeito do que senti este ano, posso afirmar que tive oportunidade, ou procurei criar essa oportunidade, de ter mais recolhimento, porque sentia necessidade de avaliar os meus erros, os meus pecados na vida, o meu modo de estar e de agir. Este ano vi que tenho que mudar e ser uma pessoa diferente, melhor sem sobra de dúvidas. E porque só este ano, perguntam vocês? Porque, seguramente, tive que vivenciar tudo o que se passou em anos anteriores para me ajudaram a crescer e a chegar aqui, a este estágio.

Cada ano é diferente e este foi muito diferente. Nós partimos diferentes e chegamos diferentes, sempre de modo diferente, e este ano não foi excepção. Para terem a noção, até à véspera não sabia se poderia ir, foi um drama. De mala no carro, para entregar, sem saber se iria. Eu queria, eu assim fiz tudo e depois, entreguei a Maria. Parece que, afinal, seria esse mesmo o meu sentido, o meu percurso. Tanta correria no emprego, para nada até porque se esquecem que o cemitério está recheado de insubstituíveis. Agora, tive mesmo que regressar a 12 à noite mas se me perguntarem para quê, eu não consigo dizer-vos.

De qualquer forma, o meu coração continua a sua caminhada, assim como as minhas pernas. Estou aqui sem estar porque ainda não me libertei do “caminho”, até porque sei, hoje sei, que é esse o meu sentido, é para aí que me devo orientar e é o que procuro na vida.

Bem haja Tia Gena e bem haja ao grupo do Estoril

Lisboa, Maio de 2009

Francisco Porto Ribeiro

Monday, April 27, 2009

Frases Feitas

Recebi agora este e-mail na minha caixa de correio e foi-me enviado pelo meu Querido Amigo Otto Czernin que o escreveu em Roma na "ressaca" da Canonização de Dom Nuno Alvares Pereira.

Frases feitas


Veio-me hoje á cabeça que uma frase feita poderia ser perfeitamente, aquela que diz “ as verdadeiras cruzes são aquelas que não se vêem”, porque á excepção de Jesus, que teve uma cruz visível, e bem visível, e tão visível que hoje está presente em milhões e milhões de altares, e pendurada em milhões e milhões de pescoços, e presente em milhões e milhões de corações aflitos, todas as cruzes, as que se vem e as que não se vêem, é indiferente que se vejam ou não, o que é importante é que sejam levadas com alegria e em comunhão com Cristo, que levou a mais pesada de todas, pois a Cruz de Cristo, teve e tem o peso da humanidade, com todos os seus pecados. Essa cruz que Cristo, nosso bendito e santíssimo Irmão continua a carregar, poderia ser bem mais levezinha, se todos nós o ajudássemos um pouco. Porque de cada vez que cada um de nós põe a sua ás costas, com alegria, fé, esperança e caridade, alivia um pouco a Outra, a de Jesus, que a continua a carregar diariamente.
Porque o Calvário de Cristo não terminou há 2000 anos, o Calvário de Cristo continua, e continuará, enquanto houver, um homem, nem que seja um só homem, que teime em não O querer amar, conhecer, ver, sentir, ouvir.
Cristo com a Sua cruz, quis-nos arrastar para o Céu, e sempre que nós Lhe viramos as costas, a Sua cruz dói e pesa-Lhe mais.
Por isso queridos amigos, não deixemos nem mais um minuto, que o nosso querido, e santíssimo Irmão mais velho, sofra, porque se já sofreu tanto, e tanto, Ele e o nosso Pai celeste.
Porque Esse, que nos amou desde o princípio dos tempos a todos por igual, esse também sofre, e continuará a sofrer, de cada vez que um de nós magoa e odeia o Seu filho unigénito e querido, dando-nos a todos o privilégio de O poder chamar nosso irmão.
Sejamos alegres e santos, e vejamos a Cristo em todos os que estão ao nosso lado, a começar por aqueles de quem menos gostamos, porque são precisamente esses, que Cristo, nosso caríssimo irmão quer que amemos mais.
vosso amigo
Otto
Roma, 27 de Abril de 2009
05h28

Wednesday, April 22, 2009

Oração do Peregrino



Senhor,

Que mandaste sair Abraão da sua terra,
E o defendeste em todos os caminhos

Que acompanhaste o Teu povo, errante no deserto

Que nos deste, nas visitas de Jesus, Teu Filho,
A cidade santa de Jerusalém,
Um modelo para as nossas peregrinações

Concede-nos a Tua protecção.
Ao longo de toda a viagem que vamos iniciar

Sê para nós
A sombra que protege do sol
O agasalho que defende do frio
O abrigo que resguarde da chuva e da intempérie

Anima-nos no cansaço
Socorre-nos nas dificuldades
Livra-nos dos perigos

Ensina-nos a aceitar a penitência da viagem
A sair do egoísmo para fazer comunidade
A ver-Te na beleza do mundo
A amar-Te nos homens, nossos irmãos
Ensina-nos a desculpar, a compreender,
A sorrir e a ajudar

Guiados por Ti, atingiremos o nosso fim
E reconfortados pela tua graça
Regressaremos são e salvos
Aos nossos lares e ao nosso trabalho

Confiados em Ti, caminharemos em paz
Até nos encontrarmos todos no Céu.

Ámen